Lideranças debatem “intolerância religiosa” na Câmara Municipal
Iniciativa do vereador Nascimento reuniu representantes de diversos credos
23/01/2010 - 13:51 |Por Gabriela Pontieri
A Câmara Municipal de Araraquara realizou na noite desta quinta-feira, audiência pública para debater o tema Intolerância Religiosa.
A data escolhida para o evento corresponde à Lei 6.702 de 2008 de iniciativa do vereador Carlos Nascimento (PT), que institui o dia 21 de janeiro, o Dia de Combate à Intolerância Religiosa.
No encontro, foram discutidas alternativas de avanço no combate ao preconceito e a liberdade da expressão do ser humano ao culto, o respeito à opção religiosa de cada pessoa. Foi enfocado o direito assegurado pela Constituição Federal Brasileira de 1988 que considera a prática de preconceito ou discriminação crime de acordo com a lei nº 9.459, de 13 de maio de 1997, e pela convenção dos Direitos Humanos.
Presidindo a audiência, Nascimento destacou a importância de lutar e refletir sobre a busca da democracia e o respeito entre as diversas religiões. “Este é um tema que se faz presente no nosso dia-a-dia, mas que nem sempre é encarado com a devida responsabilidade e a devida coragem. É preciso romper algumas tradições, algumas posturas para que possamos construir uma sociedade mais justa, mais fraterna, uma sociedade mais igualitária. Este dia foi muito especial, pois só quem estava presente conseguiu sentir a paz existente durante todo o evento”, disse.
Salientou ainda uma frase de Nelson Mandela: “Para odiar as pessoas, é preciso aprender, e se é possível aprender a odiar, evidentemente se pode também aprender a amar”, ressaltou o vereador.
O vereador foi homenageado pela iniciativa, com uma medalha de mérito São João Apóstolo, entregue por Dom Rogério Belmiro Tamtelini, Arcebispo da Missão Apostólica de Araraquara – Igreja Católica Ortodoxa do Rito Sírio Bizantino do Brasil.
Representando o prefeito Marcelo Barbieri (PMDB), Alessandra de Cássia Laurindo, coordenadora do Centro de Referência Afro, falou sobre a Lei que torna crime o preconceito e a descriminação ao culto. “Todo cidadão tem o direito de expressar sua religião e se assumir, pois temos a obrigação de respeitarmos os seres humanos independente de sua crença”, explicou.
Pela primeira vez lideranças religiosas se uniram para discutir um tema tão polêmico e importante para a sociedade.
Autoridades como Giuliano D´Andrea - Defensor Público de Araraquara, Alessandra de Cássia Laurindo - coordenadora do Centro de referência Afro, Andréia Barbosa do Nascimento - Tenda de Umbanda Pai Benedito das Almas e Cabloco 7 Demandas, Dr. João Luiz Ultramari - Presidente da OAB-Araraquara, Dom Rogério Belmiro Tamtelini - arcebispo da Missão Apostólica de Araraquara, Dr. Rubens Walter Zaniolo- Bispo Primaz no Brasil do Santuário da Fé, Dr. Flavio Haddad - membro da Comissão Municipal dos Direitos Humanos, Padre Marcelo, Igreja Matriz de São Bento, Dr. Edmundo - representando o Reitor da Uniara, professor Luiz Felipe Cabral Mauro, Valter Fraga - Conselheiro Tutelar e diretor da Brasil FM, Sérgio Araújo Andrade - Sismar, além de representantes dos vereadores, Edio Lopes e Márcia Lia, ambos do PT, entre outras.